Por que a literatura menor não é "menor"?
O nome "menor", fora de contexto, pode apontar para algo depreciativo. Já o conceito em seu contexto é uma outra história. O "menor" para Deleuze e Guattari seria na verdade o "maior", e o maior o menor, etc.
É como Nietzsche diz: "É preciso salvar os fortes dos fracos". Nesse caso, os fracos, os que dominam o mundo, é que são os "maiores".
Os fracos são os escravos da má consciência e do ressentimento. São os que têm o poder no mundo. É um erro associar o homem ressentido a alguma espécie de grandeza.
Nesse caso, espinosamente, Deleuze não vê o poder como potência. Os poderes mundanos não engradecem, porque são afetos tristes, ao contrário da potência dos afetos alegres. Entre estes, talvez o maior, seja a capacidade de "self-enjoyment", de se gozar a si próprio, independente das circunstâncias externas.
Em última instância, se pode dizer que esta capacidade é a encarnação mais literal do espírito da tragédia. Mas isso seria assunto para outra ocasião.
O assunto de agora seria qual a relação entre a literatura menor, a língua de poesia e a função fabuladora nas narrativas.
E aí, você se arrisca a responder?